Sou uma pessoa ponderada e tento agir de forma a agradar a toda a gente, esse foi sempre o meu problema e o facto não de gostar de entrar em conflitos com os outros acabo por entrar em conflito comigo mesma, e às vezes as decisões que tomo pensando que vai ser o melhor para todos, afinal não é.

Isto porquê, o homem lá de casa tem um horário mais flexível que o meu, entra muito cedo e sai cedo também, no meu caso é diferente, como tenho uma loja tenho um horário para cumprir, inclusivé ao sábado o que já tem gerado controvérsia, pois com  todos os projectos que nós vamos tentando realizar, algumas horas a menos, nomeadamente ao sábado de manhã faz diferença. Resultado sempre que posso tento não ir ao sábado de manhã, mas claro que isso vai dar discussão desta feita com a minha mãe que é a pessoa com quem eu trabalho, então tenho tentado gerir o tempo entre o meu trabalho profissional e o meu trabalho em casa que é tão exigente como o outro e eu pretendo tirar alguma vantagem financeira.

Este fim-de-semana vai ser mais um fim-de-semana dedicado à azeitona e ao medronho porque após alguma pesquisa já descobrimos que no caso do medronho tem um bom encaixe de dinheiro, no caso da azeitona é só para consumo mas também vai fazer com que se poupe nesse sentido.

No que diz respeito a relacionamentos com filhos de outros relacionamentos nem sempre é fácil a adaptação seja por parte dos miúdos seja por parte dos graúdos, falo por mim. Em relação ao meu filho eu nunca dei muita importância ao assunto, quando ele nasceu eu e o pai dele já estavamos separados por isso ele não tem noção do que é ter o pai em casa e de repente deixar de estar lá, quando surgiu outra pessoa na minha vida ele teve aquela sensação de alguém ocupar o espaço que era dele, e sempre que pode, apesar de a convivência entre todos ser saudável ele tenta que as coisas sejam à maneira dele e faz braço de ferro com o homem lá de casa, gera-se logo polémica, agora as discussões já vão diminuindo porque tentamos que ele perceba que temos que fazer cedências e umas vezes é da maneira que ele quer outras não.

No que diz respeito à outra criança envolvida é diferente porque é uma menina e embora seja também muito teimosa acaba por às vezes levar vantagem com o pai, é gaja já vem formatado nos genes como dar a volta e conseguir o que se quer.

O convívio entre as duas crianças é bom porque são da mesma idade e conhecem-se desde sempre o que facilita as coisas, eu tenho uma boa relação com a menina pois sou amiga dela e quando estão os dois tento ser justa para que não haja diferenças.

O único problema do meu filho é que é muito agarrado a mim e quando se sente inseguro chega mesmo a ser lapa, do tipo de não me largar para nada, ela é mais independente, mais aventureira e às vezes gera alguma discórdia.

Estes meses de convívio mútuo tem sido uma aprendizagem contínua pois temos que nos ajustar à personalidade de cada um e ir fazendo cedências de forma a que consigamos viver todos juntos, afinal em todas as famílias à diferenças que tem de ser ultrapassadas.    

Ainda sobre a viagem de fim-de-semana ao Alentejo, viagem essa que como referi foi feita de comboio, o homem lá de casa passou a semana antes a combinar um almoço com os colegas de trabalho, até aqui nada de estranho, almoço esse que tinha como ementa leitão assado, tudo bem, ora o excelentissímo homem resolveu trazer o dito animal do Alentejo.

O nosso amigo que tem a quinta entre outos animais tem porcos, logo foi providenciado que o animal viria de lá, uma vez que é caseiro não tem aquelas hormonas todas que o nosso organismo está habituado devido à carne que se vende nas cidades, assim Domingo a seguir ao almoço a tarefa passou primeiro por ir buscar o porco ao curral e depois por matar o dito e limpá-lo convenientemente, aqui está algo que eu já não assistia desde a minha infância, pois era algo recorrente sobretudo na Páscoa as tradicionais matanças de porco até porque a minha família é originária do Alentejo e do Algarve.

Voltando ao episódio do porco, ou melhor leitão, depois de tudo arranjado foi embrulhá-lo e ensacá-lo para que viesse devidamente acondicionado e foi colocado numa mala de viagem onde viajou calammente ao nosso lado na carruagem de 1.ª classe do comboio Intercidades com destino a Lisboa.

Hoje será o almoço há muito combinado do homem lá de casa e dos seus colegas.

Claro que a acompanhar o leitão, que ninguém desconfiou que viajava numa mala, ainda acompanhava um saco com umas couves fantásticas e biológicas, este é o típico episódio dos anos 50, 60, 70 em que se viajava de comboio e carreira por esse país fora e que quando se regressava à cidade era habitual trazer uma série de iguarias para matar as saudades da terra.

Claro que esta situação foi o suficiente para nos ir fazendo rir ao longo do percurso sempre que nos lembravamos do que estva oa nosso lado.

É oficial lá em casa estamos todos apaixonados pelo Alentejo! De mim já ninguém se admira, quem me conhece sabe que esta terra é uma paixão antiga e ouviu-me já dizer muitas vezes que o que me fazia feliz era ir viver para um Monte. Há coisas que eu não sei explicar, não sei se tem a ver com todas as férias que por lá foram passadas, de todos os dias felizes que foram vividos, eu só sei dizer que me sinto em casa cada vez que lá vou, é como se pertencesse aquele lugar.

Lá em casa todos os dias temos qualquer coisa de novo para contar, porque tiramos uma parte do dia para pesquisar sobre uma ideia que seria interessante pôr em prática, e em apenas dois dias já muito se discutiu, analizou, já mudamos de ideias e já voltamos a pensar se é melhor construir de novo, restaurar ou simplesmente plantar ou semear esta ou aquela árvore.

Na cabeça do homem lá de casa vai um turbilhão de ideias, de emoções a cada instante surge algo de novo. É bom poder partihar estes sonhos e estas emoções, colocar em prática não é fácil mas divindo as tarefas tudo se torna mais leve.

Não pertenço a nenhum partido, não me meto em políticas e desde a minha maioridade contam-se pelos dedos as vezes que exerci o meu direito ao voto, mas tenho opinião e acho que há muita coisa que está mal, não de agora, vem muito lá de trás de uma revolução que nos orgulhamos de ter sido feita com cravos em vez de balas mas que deixou marcas profundas e um legado que temos dificuldade em gerir.

Este fim-de-semana quando estive no Alentejo não só para uma visita como também para trabalhar mais uma vez percebi aquilo que já há muito sabia, que maior parte da colheita de azeitona não é feita e que muitos são os produtores que ora recebem para a deixar na árvore, ora não conseguem trabalhadores para fazer a dita colheita. O que muito me entristece porque num país pobre como o nosso, com um desemprego alto, com familías a passar dificuldades ainda temos pretensões sociais deste género, onde as pessoas se dão ao luxo de recusar certos trabalhos.

Tenho a dizer que hoje acordei com algumas dores no corpo, mas senti-me feliz porque estive a fazer uma coisa que me vais permitir este ano poupar algum dinheiro nas compras de supermercado, que é ter azeite de qualidade a custo zero, apenas me saíu do meu trabalho da apanha.

O fim-de-semana foi perfeito!

Frio lá fora, mas com o coração e alma quentes, de amor, de amizade, de sonhos, de paixão por uma terra maravilhosa que apetece ficar e esquecer que o resto do mundo existe.

Eu e o meu filho nunca tinhamos feito uma viagem longa de comboio, é agradavél, quando demos conta já tinha chegado ao fim quando chegamos lá estavam os amigos à espera, depois do almoço fomos conhecer o Monte, é enorme, muitos hectares a perder de vista, vales maravilhosos de medronheiros com frutos deliciosos que fomos comendo à sua passagem.

Com cavalos, porcos, ovelhas, patos, cabritos bebés (amamentados a biberon porque foram rejeitados pelas mães), cães e gatos, para o meu filhote tivemos a fase de habituação pois estes animais todos e alguns à solta não foi fácil de gerir mas até para ele acabou por ser divertido.

No sábado com chuva não foi possivel fazer o que estava previsto, ou seja a apanha da azeitona, o homem lá de casa já lá tinha andado na 6.ª feira e apanhou ainda uma boa quantidade, mas é uma colheita dura. No Domingo de manhã já com sol, lá andamos todos na nossa lide e à tarde depois do almoço ainda fomos ao medronho.

Regressámos ao final da tarde no último comboio que nos trouxe de novo à "realidade", com a cabeça cheia de sonhos e mais uma vez de projectos, queremos lá voltar e arranjarmos lá um cantinho para podermos fugir e irmos buscar tranquilidade num vale imenso onde só há vegetação! 

A meio deste ano decidi mais uma vez mudar o curso da minha vida, porque achei que estava demasiado parada e sentia-me desanimada e com falta de projectos em que me empenhasse, assim como também não estava a dar ao meu filho atenção que merecia e isso deixava-me triste.

A quando da minha mudança deparei-me com uma pessoa que me me tem ajudado a fazer as devidas alterações para que a minha vida possa fluir melhor, e desde então temos os dois nos embrenhado em projectos que vamos tentando realizar, nem sempre é fácil, às vezes o que se torna mais dificil é o facto de sermos 2 pessoas com personalidades diferentes e temos que gerir isso. Eu sou mais calma, vou mais devagar, ele é mais aguerrido, pensa em inúmeras coisas ao mesmo tempo e pensa em pô-las em prática logo, tudo ao mesmo tempo! Mas apesar disso tem corrido bem, tenho aprendido que é possível fazer/recuperar/restaurar objectos e dar-lhe outras funções e sobretudo divertir-nos com isso.

O que me dá prazer é criar uma nova vida para objectos que tinham deixado de ser úteis, e que às vezes basta pintá-los para ficarem outar vez novos.

À medida que se forem fazendo trabalhos de reconstrução ou de restauro, vou colocando imagens no blog porque foi também com essa intensão que o este espaço foi criado.   

Hoje finalmente é sexta-feira!! E aqui estou eu a preparar-me para um fim-de-semana fora de casa, já está tudo planeado, o homem lá de casa já pôs pernas ao caminho e foi ontem de comboio para Santa Clara no Alentejo, para a quinta dos amigos onde eu também deveria ter estado o fim-de-semana passado, mas devido a trabalho e doenças caninas não foi possivel. Assim amanhã de manhã se tudo correr como o previsto lá vou eu mais o meu filhote de comboio para o "meu Alentejo", preve-se que esteja frio mas não a chover o que já é bom, pois temos azeitona e medronho para apanhar e outras tantas coisas novas para ver. O meu filho está eufórico pois tal como eu é a primeira vez que vai fazer uma viagem longa de comboio e depois vai ter um espaço enorme com muitos animais, o único problema são os cães que não são muito do agrado dele, devido a susto que apanhou com um cão quando era mais pequeno, mas já está melhor, se não forem grandes já se vai aproximando. 

Estamos exactamente a 1 mês de começar o Inverno e hoje o sol não apareceu para nos cumprimentar, ficou escondido atrás das nuvens o que me remete para aqueles dias em que apetece ficar em casa com  a lareira por companhia. Esta altura do ano faz-me sempre ir buscar lembranças felizes à gaveta das recordações, seja da minha infância ou de bons momentos que entretanto vivi, e a remeter exactamente para as semanas que antecedem o Natal, recordo-me de ir ao pinhal (cresci e sempre vivi na zona de Almada, onde na periferia junto às praias existem pinhais) apanhar musgo e verduras para fazer centros de mesa e coroas para as decorações coma minha irmã. E durante as férias de Natal eu e os meus amigos subiamos aos castanheiros para apanhar os ouriços com castanhas e era tão bom, sabía-nos melhor aquelas castanhas "sofridas" que as feitas em casa. E ao relembrar tudo isto penso que eu precisava de tão pouco para ser feliz, e em dias que estou mais desanimada chego a  pensar o que é que entretanto mudou?

A resposta é simples: a inocência de ser criança desapareceu!   

Mais uma vez sofremos até ao fim, tivemos que ir aos play-off mas já estamos no Mundial que é o que interessa e o nosso Ronaldo resolveu e bem como sempre! É o que eu chamo de uma chapada de luva branca ao Sr. Blatter, que já parabenizou o nosso jogador pela excelente exibição.

Eu gosto de futebol, mas não sou fanática, até posso ir ao estádio ver um jogo, ou juntar os amigos para nos divertimos mas não mudo nada na minha vida por causa de um jogo, por isso ontem só vi algumas partes e depois o resumo, principalmente os golos!!