Desabafos
Não sou adepta de política, aliás pertenço ao grupo que nos últimos anos tem ganho as eleições, a abstenção, mas existem algumas situações que se vão passando no nosso país e que nada tem a ver com política e sim com respeito, por nós e pelos outros, já que é um dos valores cada vez mais em desuso na nossa sociedade.
As situações que vou relatar a seguir sucederam-se em 2 concelhos da margem sul, ambos da mesma cor política, ou seja Almada e Seixal, o primeiro é onde eu resido, o segundo é onde eu trabalho.
Assim é de lamentar que pessoas que trabalham em serviços públicos nos "presenteiem" muitas vezes com respostas que não são de todo o que gostariamos de ouvir, não porque sejam mal-educadas mas sim porque respondem por uma instituição pública.
À cerca de mês e meio na piscina que o meu filho frequenta, que pertence à Câmara Municipal de Almada, sucederam-se algumas situações que eu achei por bem alertar os responsáveis, nomeadamente a falta de água quente nos balneários em determinadas horas e o facto de haver secadores avariados, assim enviei um e-mail para o contacto que era disponibilizado na página da Câmara.
Como resposta ao e-mail é me solicitado um contacto telefónico para que as minhas questões sejam respondidas de uma forma menos formal, assim a responsável pela piscina em questão contacta-me começando como introdução que o e-mail que eu enviei não tinha sido para ela mas sim para o chefe, o que lhe poderia ter causado transtorno se ela não tivesse solicitado já anteriormente assistência técnica para as questões que entretanto eu coloquei, ora se eu no meu trabalho tenho que ser responsável pelos meus actos, não percebo porque as outras pessoas, nomeadamente pertencendo a empresas públicas não o são.
Depois foi levantada a questão da demora da assistência técnica, pois segundo a Senhora a demora deve-se ao facto de se tratar de uma empresa pública pois se fosse privada seria mais rápido, como? Fiquei estupefacta, não estou à espera de encontrar pessoas que "vistam a camisola" do sítio onde trabalham, mas tratando-se de um serviço público deveria haver algum respeito por quem lhes paga o ordenado e ter em atenção à forma como se referem às questões colocadas, pois afinal também são responsáveis por a não resolução dos problemas.
A outra situação passou-se desta vez com a Câmara Municipal do Seixal e prende-se com o facto de em determinada altura a recolha do lixo ser feita com alguma deficiência, assim considerando eu que se tratava de um problema de saúde pública uma vez que os habitantes da freguesia onde eu trabalho iam depositando lixo junto de um ecoponto e o monte de lixo aumentava consideravelmente de forma a que os cães já andavam por lá e com o vento os sacos e lixo mais leve voavam pela rua, telefonei para o departamento de salubridade da referida Câmara e a Senhora que me atendeu ficou incomodada com a reclamação e tratou logo de dizer que se fosse ela que mandasse as pessoas que tinham este comportamento deveriam ser autuadas com coimas pesadíssimas, não é que eu não concorde com a Senhora eu só acho que há certas observações que tendo em conta o sítio onde essas pessoas trabalham simplesmente não as deveriam fazer.
A conclusão a que eu chego com estas situações é que em vez de se tentar prestar um serviço público de qualidade, quando as situações não são favoraveis, as próprias pessoas que as deveriam atenuar são as primeiras a colocar a instituição em cheque. Assim vai o nosso país!