O post que se segue é uma carta enviada ao jornal de Almeida a propósito da Recriação Histórica e de algumas situações que podem ser melhoradas para que a festa continue a ser um sucesso.
O post foi publicado em jeito de comentário no blog Praça Alta e será posteriormente publicado no jornal o que me deixou muito orgulhosa, claro!
Foi com agrado e satisfação que participamos em mais um Mercado Oitocentista do Cerco a Almeida 2014, a nossa estreia foi em 2013 e a experiência foi boa, por isso um ano volvido e lá nos pusemos outra vez a caminho da "Estrela do Interior".
Acreditamos que este tipo de iniciativas, esta já conta com 10 anos, traz visibilidade à Terra no que diz respeito ao seu desenvolvimento económico porque potencia o turismo e de alguma forma pode combater a desertificação do Interior que cada vez mais se faz sentir.
É no sentido de melhorar esta Festa que a toda a gente dá prazer organizar e participar que vimos escrever este artigo como forma de ajudar a preencher algumas lacunas que nestes dois anos de participação verificamos ser as mesmas.
Uma vez que se trata de uma recriação histórica consideramos que é importante que as bancas que compõem o Mercado tenham uma decoração que transporte o visitante para a época que é retratada, claro que se tentarmos fazer uma viagem ao séc. XIX através de imagens ou documentos da altura podemos chegar à conclusão que as bancas de mercado da altura apenas tinham os seus produtos para venda e nada mais, mas se de alguma forma podermos potencializar as nossas bancas com alguns artigos que nos transportam para a época da Recriação tanto melhor para o visitante que sempre pode aprender um pouco mais sobre a História, assim como quem faz parte da organização deve andar com o traje de época desde o inicio do evento até ao final, tal como todos os participantes na Recriação seja na parte histórica ou no mercado, como forma a dar mas ênfase ao acontecimento.
Observamos ainda com alguma tristeza as fracas infra-estruturas do evento, bem sei que se levarmos à letra a Recriação Histórica, no Séc. XIX não havia as infra-estruturas que nos vamos referir posteriormente, mas também concerteza não se verificava na altura a densidade populacional que visita Almeida nestes dias de Festa.
Assim a organização deve pensar em anos vindouros em colocar estrategicamente algumas casas de banho ecológicas, uma vez que a que serve a festa é insuficiente e com fracas condições (não dispondo de papel, quer higiénico quer limpa-mãos, nem sabão), assim como caixotes para o lixo, pois foi com alguma tristeza que ao final de cada noite visualisamos no recinto da festa, lixo espalhado pelo chão deixado pelos visitantes que não havendo onde colocar o lixo a alternativa foi deitá-lo no chão.
Para finalizar colocamos mais uma sugestão que concerteza também não fazia parte das preocupações dos mercadores do Séc. XIX, mas surge no nosso século como uma forma de melhor "arrumação" do espaço que passa por distinguir as diversas zonas que podemos encontrar no Mercado Oitocentista, ou seja, colocar os artesãos e artífices de um lado, mercadores e regateiros de outro e por fim criar uma zona onde seja possível concentrar os taberneiros já que é uma área que por si só tem tendência a gerar alguma confusão pela afluência de pessoas em determinadas horas.
Acreditamos que com estas sugestões e um esforço da organização para coloca-las em prática no próximo ano além de uma Recriação Histórica eximía, como já nos veem habituando podemos também contribuir para uma coisa que diz respeito aos séculos posteriores e que não se falava no séc. XIX e que é a defesa do ambiente.
No próximo ano faremos questão de voltar a participar no evento que tanto nos apraz.