Já falei no texto Prova de Vida sobre perdas de pilares na minha vida, falo claro da família, já falei de como essas pessoas foram importantes na minha vida, como me fizeram feliz, por isso sinto que não retribui o suficiente, que passei muitas vezes sem dizer quanto as amava. Impomos um ritmo de vida frenético a nós próprios e vamos deixando para segundo plano aquilo que realmente importa que é dizer o quanto gostamos das pessoas que nos fazem bem.

No principio deste ano houve mais um pilar que se foi, um dos irmãos mais velho do meu pai, e fiquei triste não só pela perda, não só por pensar que apesar de inevitável um dia chegará aminha vez de passar por isto que me vai custar horrores, mas sobretudo porque sei que falhei como sobrinha, como pessoa, como ser humano porque perdi  a oportunidade de lhe dizer que em determinada altura da minha vida ele me fez feliz. Agora só me resta viver com isso e alterar o rumo dos outros pilares que ainda me restam, porque é tão importante dizer que amamos alguém como o ar que respiramos, um pouco lamechas mas não tinha outra forma de o dizer.

Nem sempre consigo ser tão assídua neste blog quanto gostaria e o facto de seguir outros blogs que tanto aprecio acho sempre que o que escrevo é irrelevante para quem eventualmente me lê, embora seja importante para mim e a forma como escrevo seja talvez muito "fraquinha". Sei que a melhor forma de melhorar a escrita é escrevendo e sei também que ainda tenho muito para aprender neste campo, mas por vezes desencorajo-me e acabo por nem passar aqui pelo meu cantinho, ou quando passo, passo de mansinho sem nada acrescentar.

Hoje enchi-me de coragem e resolvi escrever com o coração porque tenho um lado romântico que nem sempre deixo que as pessoas o vejam, mas mesmo irritantemente romântico, cheio de floreados e cor-de-rosa que dói, com muitos sonhos e castelos no ar de tal maneira que às vezes o acordar do sonho é violento e o tombo é grande, enfim coisas de quem sonha acordada!

Mas dizia eu que hoje escrevo com o coração porque me sinto feliz, porque às vezes também me acontecem coisas boas que me fazem sentir bem, porque é bom trabalhar em projectos que se sonham e se vão construindo a dois, porque às vezes a vida corre menos bem, mas depois vem os tais dias muito cor-de-rosa que me fazem acreditar que afinal os sonhos se tornam realidade e é tão bom, eu gosto tanto de me sentir assim! Gosto de começar uma 2.ª feira e sentir que o fim-de-semana foi produtivo, que fizemos coisas que já foram delineadas vezes sem contam e outras tantas adiadas, e que já deram azo a tantas discussões e agoram começam a surgir pelas mãos que as sonharam.