Dias Diferentes
Nos dias que vão seguindo o seu curso não tenho muito tempo para pensar e por vezes acabo por fazer grande parte das tarefas que o compõem em modo automático, dou-me conta disso quando chegam as férias do meu filho com o pai e de repente o meu tempo aumenta, aumenta de tal maneira que por vezes tenho a noção de me faltar qualquer coisa, é como se perde-se o norte (entenda-se neste caso o norte é o meu filho).
Assim, quando meu filho não está as refeições ficam reduzidas drasticamente, aumenta o consumo de comida pouco saudável, o tempo útil que tenho e que deveria ser aproveitado acaba por ser desperdiçado, porque lá está falta qualquer "coisa".
Ao fim de quase 11 anos já deveria estar habituada mas não, as férias são sempre aquele período que me deixam perdida, o estar 10 dias sem ele é o mesmo que andar constatemente em busca de alguma coisa para me ocupar. E eu sei que ele está bem, que está feliz, que se diverte e no final também sei que vou ouvir que já tem saudades do pai, faz parte, durante este tempo já me consegui habituar a não telefonar tantas vezes, já vou fazendo os exercícios de confiança e de saber que ele está feliz, assim quando o coração fica muito apertado de saudade aí sim, tenho que ouvir a voz e imaginar o cheiro.
Isto de ser mãe é uma coisa meio bipolar, meio esquisofrénica mas ao mesmo tempo é uma coisa que nos preenche tanto o coração como a vida.