Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

acimadetudoviver

acimadetudoviver

Viver

04.10.18, acimadetudoviver

Sou apologista que não é possivel ser totalmente feliz sem partilhar a vida com outra pessoa, isso do "orgulhosamente só" e do "viver para os filhos" não é para mim, preciso de alguém com quem partilhar momentos e viver sentimentos até porque só assim vou poder proporcionar felicidade às outras pessoas que me rodeiam.

Sou também apologista que não se deve manter um relacionamento com ninguém quando já não existe cumplicidade ou quando aquilo que nos afasta é maior do que o que nos une, porque não existe nada pior do que estar com alguém porque é confortável ou porque nos habituamos, não só não é bom para a outra pessoa porque está a ser enganada como sobretudo não é bom para nós porque sentimos que estamos a fazer um frete e quando assim é, o melhor mesmo é colocar um ponto final antes que o que pode ficar como uma amizade, se destrua por completo.

Quando no auge da minha adolescência reunida em grupo de amigas falávamos de casamentos e filhos, eu sempre disse que não me pretendia casar e que o ideal era que cada um vivesse na sua casa, partilhando tudo o que se partilha na vida em conjunto mas ao final do dia cada um ia para a sua casa, como se de um casal de namorados se tratasse. Quem ouvia achava que eu não estava boa da cabeça e que isso não poderia dar resultado, não poderiam estar mais enganadas e um estudo recente, efectuado em 2015, diz isso mesmo cada vez mais existem relações nestes moldes e mais resultam melhor do que por vezes a vivência total, ou seja, eu há mais de 20 anos era muito à frente.

Mas isto para dizer que há exactamente 4 anos a minha relação com outra pessoa é assim, e só foi possível chegar aos dias de hoje porque passado 1 ano a viver na mesma casa e à beira da ruptura, foi isto que aconteceu eu voltei para a minha casa e demos mais uma oportunidade a nós, tem resultado até agora. Entretanto houve algo que mudou, e o que mudou foi que a outra pessoa se mudou quase a 100% para a minha casa devido a circunstâncias da vida e eu não estou preparada. De repente a sensação que eu tenho é que me invadiram o meu espaço sem dó nem piedade e eu estou num impasse porque não me consigo impor, estou com aquela sensação que já não estou confortável com a situação e começo a sentir como se estivesse de "saco cheio", não é bom. Tenho tentado gerir a situação, tentado não dar muita importância, mas não é fácil porque para quem como eu estava habituada a ter determinados horários onde eu só tinha que me preocupar comigo e com o meu filho, de repente entrou mais uma pessoa, com hábitos e horários diferentes, que aliás foi exactamente por isso que em 1 ano a viver na mesma casa entramos em ruptura.

Isto tudo para dizer que nesta altura (leia-se anos de vida) não sei se me apetece fazer cedências e não sei se me apetece deixar de ter privilégios que entretanto me habituei, daí que seja apologista que quando já não conseguimos ouvir a mesma música nem dançar a mesma melodia o melhor é seguir caminhos diferentes.