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acimadetudoviver

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Psicologia...ou Não!

24.04.19, acimadetudoviver

No meu dia-a-dia lido com as emoções das pessoas no seu estado puro, ou seja, quando uma pessoa é confrontada com a perda de alguém que lhe é próximo reage das mais variadas maneiras e eu já assisti a tudo um pouco. Desde quem não é capaz de verter uma única lágrima até a quem chora e grita como se de uma tragédia grega se tratasse, ou até mesmo quem utilize este mesmo estragema apenas para fingir um sentimento.

Tento em qualquer caso ser imparcial e apenas apoiar quem passa por uma situação pela qual eu ainda não passei, não é fácil, "calçar" os sapatos do outro e tentar "sentir" o que a outra pessoa está a sentir, é díficil, porque a perda de alguém que faz parte da nossa vida é algo que não se consegue reproduzir em palavras, não no momento em que acontece. Menos é mais e o que eu me limito a fazer é apenas estar, é pronunciar-me o menos possível e evitar frases feitas, ou seja dizer qualquer coisa que para quem está em sofrimento não vai ajudar em nada.

Quando comecei a trabalhar na área funerária não foi fácil, e  ver alguém em sofrimento não é bonito de se ver, e eis que surgem as dúvidas "o que  fazer?", "o que dizer?", "como ajudar?" e aquilo que fui fazendo serviço após serviço e uma vez que todas as pessoas são diferentes, foi tentar analisar cada pessoa, tentando perceber a melhor forma de lhe chegar ao coração sem invadir os seus sentimentos e sobretudo respeitando a sua dor.

Por isso quando me perguntam como é que eu consigo trabalhar na área funerária eu respondo que o dificil é lidar com o sofrimento das pessoas, o resto é trabalho, mas a dor de alguém é algo dificil de reproduzir.