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acimadetudoviver

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Quando o Problema é Peso a Menos

19.11.20, acimadetudoviver

Tenho por defeito um bom relacionamento com o meu corpo, aliás nem costumo pensar muito sobre isso, já aqui referi que aprendi a gostar do vejo refletido no espelho aceitando o que menos gosto. Claro que gosto muito mais de mim quando o meu corpo preenche a minha roupa e não sobra pano fazendo-me parecer um cabide, que é como eu estou agora. 

Isto de ter um distúrbio alimentar não é fácil de gerir, quando eu penso que estou melhor e estou a conseguir recuperar algum peso, eis que retrocedo outra vez e os 2 quilos que tinha aumentado desaparecem por artes mágicas em menos de uma semana, e eu que já tinha feito uma festa com este aumento de peso! Pode parecer estranho mas é igualmente depreciativo para quem tem peso a menos como para quem tem peso a mais.

Os comentários que eu ouço das pessoas deixam-me igualmente triste pois é logo associado a uma doença, _" estás tão magrinha!" - "estás doente?", Eu ouço e não sei o que responder, porque sim, está tudo bem! O meu organismo só resolve assim de repente assimilar tudo muito rápido, a culpa é do metabolismo.

Eu até consigo perceber que as pessoas não façam por mal, até porque é usual as dietas para emagrecer, mas estes comentários só me deixam stressada com o assunto e acabo por me sentir mal, porque não consigo voltar ao meu peso normal. Eu até costumo dizer que nem comendo 1 quilo de chocolate todos os dias eu engordavam, só ia servir para ficar com diabetes e celulite porque o peso não ia aumentar.

Assim só me resta tentar ter calma, continuar a fazer uma alimentação saudável e deixar que o meu metabolismo estabelize e comece a funcionar como deve ser para que eu volte a aumentar de peso. Acho que isto da minha magreza se está a tornar numa obsessão.

Também é preciso falar disto...

02.11.20, acimadetudoviver

Já aqui disse que devido ao meu trabalho, lido com as emoções menos boas das pessoas, sou agente funerária e maior parte das vezes deparo-me com a rejeição das pessoas em relação à morte dos seus entes queridos, porque é um assunto do qual não se fala, do qual se esconde e não permitimos sequer que as crianças assistam a um funeral porque achamos nós, vai traumatizá-las.

Pela parte que me toca já vivi a perda na primeira pessoa e apesar do meu trabalho não foi mais fácil, não estava preparada e tive que viver o luto à minha maneira, em alguns dias é mais fácil de lidar do que outros, no que diz respeito a deixar o meu filho ir a funerais disse-lhe para ele decidir como se sentia mais confortável e a decisão dele foi continuar a vida dele e fazer o estava habitualmente programado, neste caso foi ir à escola.

Isto para dizer que o facto de ter a profissão que tenho, há coisas que fazem parte dos rituais fúnebres, neste caso refiro-me à religião católica porque é a que lido mais de perto, mas nos quais eu não me reveijo e já tive ocasião de falar com familiares próximos inclusivé o meu filho e explicar o que eu pretendo para mim. Uma vez que sou eu que decido o que fazer da minha vida é justo que no fim dela eu tenha uma palavra a dizer, assim nada como tomar todas as decisões quando ainda se tem capacidade para o fazer.

Sempre falei sobre todos os assuntos com o meu filho, independentemente da idade dele, e esta situação não foi excepção, assim como a atitude dele foi muito tranquila e achou que fazia todo o sentido. Apesar de ter sido educada na religião católica e de a minha família ser praticante, sobretudo a minha família paterna, eu não faço questão de ter qualquer religião, aliás maior parte das vezes intitulo-me como ateia, e nesse sentido o meu desejo final passa por doar o meu corpo à ciência porque é o que eu considero que está certo, porque para que exista um estudo aprofundado de algumas doenças é necessário haver material de estudo e nada melhor que o corpo humano.

Assim o primeiro passo está dado, já contactei a faculdade de medicina de Lisboa e já expressei a minha vontade, já preenchi o formulário e as próximas etapas serão o reconhecimento da assinatura presente no formulário e o respectivo envio para o departamento da faculdade que trata deste assunto. Depois é ficar descansada que o meu último desejo vai ser cumprido, claro que há na minha família quem tenha ficado chocado, sobretudo a minha mãe que como ela costuma dizer : "lá estás tu com as tuas ideias", a minha irmã também não ficou confortável com o assunto, também acha que é um perfeito disparate, mas é uma questão de hábito daqui por uns tempos já toda a gente interiorizou e já ninguém pensa nisso.

Lá está a minha irmã acha que quanto mais tarde se falar nestas "coisas" como ela diz, ou não se falar de todo, melhor quando chegar a altura logo se vê, eu não sou assim, mais uma caracteristíca herdada do meu pai, gosto de pensar em tudo e se possivel planear tudo porque como qualquer ser vivo também o ser humano nasce, vive e morre por isso é importante que todas as etapas sejam definidas pois fazem parte do todo.