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acimadetudoviver

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Confinamento em Part-Time

17.02.21, acimadetudoviver

Nos últimos meses de pandemia é já um tema recorrente falar sobre a saúde mental por causa do confinamento, o facto de estarmos fechados em casa mexe com todo o nosso ser, a convivência entre todos os menbros do agregado familiar nem sempre é fácil, muitas vezes com tele trabalho à mistura e mais os miúdos que durante anos tentamos tirá-los da frente dos ecrãs e agora não temos outro remédio senão deixá-los lá colados pois é a única forma de estarem em contacto seja por causa das aulas ou para poderem estar com os amigos e outros familiares.

No meu caso o meu confinamento é relativo, pois eu saio todos os dias para trabalhar e posso dizer que a minha vida é mais ou menos normal e digo mais ou menos porque depois falta-me a parte em que quando não estou a trabalhar preciso de desanuviar e agora não é possivel, ora eu muitas vezes além de trabalhar durante a semana ainda me toca ter serviços ao fim-de-semana, por isso falta-me o poder ir dar uma volta, poder ter algo que me distraia sem ser em frente a um ecrã. 

Esta pandemia não tem sido fácil para mim, eu sei que isto é egocêntrico e egoísta, mas o facto de ter que permanecer em casa baralha tudo na minha cabeça, o ter que criar novos hábitos, o tentar quietar a cabeça e o coração para não entrar em colapso, pensar muitas vezes ao dia que vamos ultrapassar esta situação e que em breve vou poder voltar a passear à beira mar e à beira rio que é algo que me traz muita tranquilidade e contribui para o meu bem estar mental, por agora resta-me "fugir" para o meio do "mato" literalmente cada vez que que a minha cabeça não me dá descanso, e assim do alto da Arriba Fóssil da Costa da Caparica consigo vislumbrar o mar e sempre me ajuda a ganhar ânimo.

Eu por vezes sinto-me culpada por ter estes pensamentos e por me sentir cansada de toda esta pandemia e de tudo o que isso envolve e sempre que faço um serviço cujo falecimento é por COVID-19 penso na sorte que tenho de ainda ter tido que lidar com a doença na 1.ª pessoa, mas ao fim de quase um ano não tenho como não me sentir stressada com este confinamento forçado, ainda que seja em part-time.