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acimadetudoviver

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M de Maio, Mãe, Maternidade

18.05.21, acimadetudoviver

O mês de Maio a par com outros meses do ano, como o meu mês de Setembro e o mês de Dezembro, passou a ter uma importância na minha vida pois foi quando eu fiquei a saber que o meu coração ia passar a bater fora do meu peito o resto da minha vida, foi quando eu descobri que ia ser mãe e não sabia o que isso significava nem o quanto a minha vida ia mudar, foi quando eu fiquei sozinha e ao mesmo tempo acompanhada porque apartir daquele momento o estar "sozinha" passou a ter outro significado.

Eu costumo dizer que ser mãe foi/ é a minha aprendizagem mais dificil e tem tanto de bom como de assustador e tenho a perfeita noção que erro mais do que acerto e que esta aprendizagem nunca está completa.

Quando o meu filho nasceu não faltou quem me dissesse "faz assim", "não faças isso porque ele apanha manhas", "olha que depois não fazes nada dele" até que ao fim de 2 semanas eu pensei, vai ser como eu quero, afinal é sempre!

Sou mãe solteira nunca tive ninguém para dividir o meu "trabalho" de mãe por isso fiz tudo o que teoricamente não se deve fazer a um bebé:

* ele adormeceu no meu colo vezes sem conta;

* andava com ele ao colo para todo o lado;

* quando ele tinha cólicas colocava-o para dormir em cima de mim, pele com pele, resultava sempre (as dores de costas no dia seguinte valiam a pena);

* quando aos 5 meses coloquei o berço dele no meu quarto, ensinei-o a dormir lá ficando sentada junto dele até ele adormecer, passado pouco tempo já não precisava que eu lá estivesse;

* durante o dia ele dormia quando queria, só se habituou a dormir à tarde quando foi para o infantário;

* aos 2 anos quando ele estava muitas vezes doente voltou a dormir na minha cama, porque me dava jeito;

* dormiu na minha cama até aos 5 anos e quando foi para a cama dele não houve problema nenhum.

Nenhuma família é perfeita e o que funciona para uma familia não funciona para outra, connosco (eu e o meu filho) funcionou muito bem desta forma, fiz-lhe as vontades todas, porque também eram as minhas, dei-lhe muito mimo porque ele me retribui em dobro, não sei como teria sido se o pai dele tivesse estado connosco, mas posso dizer que ser mãe solteira foi o melhor que me aconteceu.

Reflexão

13.05.21, acimadetudoviver

- " Olá! Estás boa? "

- " Sim! Está tudo bem! "

É sempre assim, mesmo quando não corresponde à verdade, acordo de manhã com um sorriso, bem disposta e quase sempre o que se vê por fora não é o que se passa por dentro, dentro da minha cabeça, dentro do meu coração. Às vezes apetece-me jogar a toalha ao chão e dizer que está tudo mal, que eu não estou bem, mas não ia adiantar pois ninguém ia acreditar porque nunca foi assim, no máximo iriam-me dizer para ir ao médico porque provalmente estaria doente.

Sempre acreditei que tudo era mais fácil e os momentos dificeis se ultrapassariam melhor se estivesse com um sorriso na cara, continuo apologista desta forma de estar (acho que até eu já me habituei a ser assim), fiz questão de me tornar imprescindível para toda a gente, de resolver tudo, de tratar de tudo e esqueci-me de tratar de mim, de me resolver e de me permitir não estar bem quando assim é! E quando por vezes num momento em que não consigo camuflar os meus sentimentos e falo de uma forma menos agradável ou não faço algo que habitualmente não o faria, sou criticada ninguém pensa no porquê de tal reação, ninguém questiona se estará tudo bem, se eu preciso de alguma coisa, não, a primeira análise que me fazem é que eu estou a ser egoísta e insensível.

Por isso nos últimos tempos tenho me deparado com um paradoxo se continuo a dizer que está tudo bem ou se quando realmente não estou bem digo que não estou bem e provavelmente a minha cabeça e o meu coração vão ficar em paz, tenho é para mim que com isto vou gerar alguma controvérsia, mas acho que consigo viver com isso.