O Outro Lado da Maternidade
Este mês soube que uma amiga de sempre espera a chegada da cegonha que trará uma linda menina, fiquei feliz porque sei que é algo que ela queria muito, mas mais uma vez não vai ser uma "familía tradicional", como uma vez me foi dito pela directora da escola onde o meu filho andava, pois segundo ela a dita "familía tradicional" era composta por por mãe,pai e respectivos filhos, eu na altura não respondi mas ri, num sorriso de quem sabe que o filho é feliz assim como nós somos e isso é que importa. Por isso essa menina que vai chegar vai ser feliz e muito amada, assim pela familía dela independente da sua composição.
Quando o meu filho nasceu tive medo, muito medo, medo de estar sozinha, de não saber cuidar dele, de que alguma coisa corresse mal, de não conseguir que ele fosse feliz, houve dias que desejei não o ter, não ter que cuidar dele, houve dias em que desejei ter alguém que cuidasse de nós, de mim e dele, porque quando se está grávida só se ouvem as coisas boas da maternidade, e depois existe um grande vazio quando se sente coisas diferentes e eu comecei a pensar que era péssima mãe e por consequência senti-me horrível por às vezes querer ter de volta tudo o que ficou lá atrás antes de aquele ser que depende de mim entar na minha vida.
Depois o tempo passa e eu comecei a conseguir conciliar toda a minha vida, como qualquer mulher, com mais ou menos perfeição e consegui no meio da confusão inicial arranjar algum tempo para mim e hoje o meu filho não é só o meu filho é também o meu amigo e divertimo-nos muito como todos os amigos.